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Gesture Drawing

  • Foto do escritor: Luis Felipe dos Santos Kemmerich
    Luis Felipe dos Santos Kemmerich
  • 30 de abr. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 5 de mai. de 2023

Um conceito fundamental ao desenhar a figura humana.

De todas as técnicas que fazem parte do desenho da figura humana, talvez a mais importante seja a ideia de gesture drawing ou desenho gestual. Esta técnica é amplamente utilizada em desenhos de seres humanos e é difícil encontrar material sobre o assunto que não faça menção a ela. Ideias como movimento, anatomia e história se agregam em um momento só, tornando possível que algumas linhas sejam capazes de representar tudo isso.

Ideias como movimento, anatomia e história se agregam em um momento só, tornando possível que algumas linhas sejam capazes de representar tudo isso.

Dos autores que estudei, três deles eu percebo que tiveram grande impacto na minha abordagem do tema. São eles Steve Michael Hampton, Glenn Vilppu e Steve Huston. As dicas que vou passar aqui são uma junção das lições que tive com esses grandes artistas e professores. Se você se vira no inglês, recomendo fortemente que procure o material deles.


Aqui vai a minha tentativa de sintetizar tudo isso em um post de blog. Espero que ajude você compreender melhor o assunto.


O que é Gesture Drawing?

Mais do que uma representação de um gesto, o gesture pode assimilar muitas ideias dentro de si. Pode ser para representar um movimento, contar uma pequena historia. A que mais fechou comigo é a citada por Steve Huston, que vou tentar parafrasear aqui. De maneira bem direta, gesture é um conceito de desenho que resolve as relações entre as partes. Lembrando que o gesture, embora seja associado como um desenho rápido, ele também é um conceito que pode se estender por todo o processo de um desenho mais finalizado.


(...) gesture é um conceito de desenho que resolve as relações entre as partes. (...) embora seja associado como um desenho rápido, ele também é um conceito que pode se estender por todo o processo de um desenho mais finalizado.

Partes

Então, separando as partes em mais partes... Podemos interpretar da seguinte maneira: tipos de linha usados, formas básicas aplicadas e as partes do corpo.


As linhas serão em " I , C , S ", qualquer outro tipo pode ser evitada, pois seriam mais elaboradas e não facilitariam a execução de um rascunho rápido. Este tipo de raciocínio também ajuda a criar confiança na execução das linhas, em um estágio inicial de aprendizagem.


As formas básicas ficam limitadas em blocos, cilindros e ovais, sendo que estas podem ser levemente adaptadas para uma melhor descrição do que se estiver desenhando. Para descrever cantos e partes mais rígidas, blocos podem ser uma boa escolha, mas para partes que parecem mais macias, a ideia de formas ovais parece encaixar melhor.


E as partes do corpos que podem ser dividas em oito: cabeça, tórax, pélvis, coluna e os 4 membros. Quanto mais se entende da anatomia, mais conhecimento temos para melhorar nossas sínteses. Nada impede que você aplique o que você sabe sobre a escapula ou a relação do brachioradialis com o humerus no seu gesture, mas pra isso é necessário conhecimento do assunto.

O gesture faz com que as partes ganhem a sensação de conectividade, deixando o desenho mais coeso, criando unidade. Uma figura humana ao invés de partes de figura humana cá e lá.
Relações

Bom, como nós juntamos isso tudo? O gesture faz com que as partes ganhem a sensação de conectividade, deixando o desenho mais coeso, criando unidade. Uma figura humana ao invés de partes de figura humana cá e lá.


Para isso, o três autores que citei falam da execução da linhas em um caráter transitório. Cada linha tentando "se encaixar" na seguinte, evitando causar a impressão de fechamento. Assim mantemos uma sequência de relações e há a tendência maior do olhar se movimentar mais no desenho todo.


Quanto as partes do corpo humano eu gosto de relacionar todas do torso em um conceito só. A ideia do "feijãozinho". Nesta etapa eu uso formas mais rígidas para a pélvis e caixa toráxica e conecto elas com uma forma orgânica, representando a barriga.


Importante lembrar de boas referências de posição, como os mamilos, umbigo, linha do peitoral, as protuberâncias da pélvis e linha da coluna. Onde eles são indicados no desenho mudam completamente nossa percepção de perspectiva. Também vale a pena estudar as escápulas e clavículas.

Nos membros uso formas básicas como blocos e cilindros, usando uma ideia mais de caixa na região dos joelhos e cotovelos. Isso facilita entender a posição. Uma vez colocadas essas formas, penso no gesture dos grupos musculares, tentando criar o efeito de transição discutido anteriormente.


Por fim, a cabeça. Este conceito triangular resolveu muitos dos meus problemas. Através dela eu consigo posicionar direções dos planos da face, topo da cabeça e a linha do queixo. Logo em seguida, posicionando a orelha, criamos uma sensação mais clara de espaço. É de bom senso manter a cabeça conectada ao corpo, então para isso utilizamos essa forma que pode lembrar um vaso, algo como um cilindro achatado nas extremidades. Conectamos ele na nuca e na ponta do queixo.


Abaixo, alguns desenhos que fiz com estes princípios em mente. São desenhos um pouco mais finalizados, mas ainda assim é possível perceber as etapas que comentei aqui no post.


Bom, espero que essa breve explicação tenha contribuído para seu aprendizado . Com certeza não tive a intenção de resolver tudo do assunto aqui, mas achei legal tentar organizar parte do que eu sei em textos e imagens. Gesture é uma ideia bem complexa que vem para simplificar, eu diria que até meio paradoxal... Mas vale a pena praticar e achar o seu próprio jeito de resolver ele, a contribuição ao desenvolvimento artístico é grande. Com certeza a prática do gesture reforça conhecimentos de anatomia, perspectiva e apura o senso de design.

© 2023 by Luis Kemmerich

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