Grandes desenhistas do Homem-Aranha (parte 1)

Começando uma pequena série de posts falando sobre desenhistas que marcaram minha vida.

Eu poderia escrever muitos parágrafos sobre como o personagem Homem-Aranha me influenciou artisticamente. Passaríamos por filmes, séries animadas, videogames e é claro, quadrinhos. Então desta vez, para facilitar um pouco a escrita e evitar um post quilométrico, vou me ater a falar dos quadrinhos e alguns dos vários excelentes artistas que desenharam nosso querido super-herói.

Ainda em uma tentativa de delimitar o post, quero destacar alguns desenhistas que me marcaram muito em um nível bem pessoal, cada um com suas qualidades e diferentes contribuições para o que hoje entendemos ser o cabeça-de-teia. Não é uma lista de melhores , mas sim os que mais estão presentes na minha memória afetiva. E antes de mostrar os grandes artistas, quero compartilhar alguns sketches meus, assim a gente só melhora com o passar do post. Recentemente tomei a decisão de me aproximar mais de temas que fizeram eu começar a desenhar e o resultado nos meus processos tem sido bem legais. Me diverti bastante com esses desenhos e espero que transpareça isso.

Steve Ditko

Se existe um Aranhaverso, o Big Bang é a arte de Steve Ditko. Além dos designs originais, é notável suas habilidades de composição, que aprimoraram ao longo das publicações do teioso. Quando jovem, tive a oportunidade de ver suas artes em uma publicação da Editora Abril, Spider-Man Collection, que acompanhava VHS com a série animada dos anos 90.

É dito por quem estuda a história dos bastidores da Marvel daquela época, que sua contribuição ia bem além do que apenas desenhar as páginas do Aranha. Ditko colocava suas próprias ideias, chegando a entregar histórias inteiras sem trocar uma palavra com Stan Lee sobre o assunto.

Ditko moldou muito da personalidade do Aranha, sendo um dos traços do nosso personagem a superação. Em momentos onde tudo parece que vai dar errado, sempre dá um jeito de tirar aquela força extra de algum lugar, além das suas capacidades já super-humanas. Talvez o exemplo mais clássico disso esteja em Spider-Man 33 (1963), que hoje pode ser adquirido pela Panini, na Coleção Clássica Marvel 45.

Todd Mcfarlane

McFarlane trouxe mudanças drásticas para o Aranha. Poses contorcionistas extremas, anatomia mais esguia, olhos maiores na máscara e um jeito novo de desenhar a teia que acentuava a própria forma dela, mais tridimensional. Tudo isso ainda influencia até hoje outros desenhistas que assumem o título, lembrando que um aspecto importante do Aranha é sua dinâmica de poses e a sensação de movimento.

Lembro que uma revista com sua arte foi o primeiro quadrinho que tive do cabeça-de-teia. O Melhor do Homem-Aranha (por Todd McFarlane) publicada pela editora Abril. Revista formatinho em uma encadernação que, na última vez que chequei na casa dos meus pais, não resistiu ao tempo.

Sal Buscema

Aqui vemos um traço mais rígido, que à primeira vista não funcionaria com um personagem como o Homem-Aranha, mas favorece à história que li com a arte desse grande desenhista. "A Criança Dentro de Nós" é uma história com o elementos de horror psicológico e drama, que trazem peso para um herói conhecido pelo seu senso de humor.

Aqui vemos um traço mais rígido, que à primeira vista não funcionaria com um personagem como o Homem-Aranha, mas favorece à história que li com a arte desse grande desenhista. "A Criança Dentro de Nós" é uma história com o elementos de horror psicológico e drama, que trazem peso para um herói conhecido pelo seu senso de humor.

O traço mais duro e expressões faciais bem marcada reforçam cada momento que a história fica mais pesada e perto do seu clímax. Sal Buscema organiza seus planos narrativos com maestria, enquadrando sempre com uma clareza narrativa invejável. Essa história eu tive a sorte de comprar completa, um formatinho em um sebo muito tempo atrás, na Homem-Aranha Anual 5.

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Nos meus sketches percebo alguma influência do Buscema. Porém, também é evidente influência das produções de animação do Aranhaverso e até mesmo de alguns jogos de videogame das eras 16 e 32 bits.

Ainda vou falar de mais desenhistas do Homem-Aranha. São tantos, tão bons e significativos que não sei em quantas partes ficará este tema aqui no blog. E eu acho isso legal. Até mais!